1. |
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Não que eu não queira
Nem que eu não faça
Canção pra falar de amor
Não que eu não veja
Nem que eu não saiba
Que seu folhetim, um pouco chinfrim
e perto do fim, não fica nada de mim
Mas eu só quero você
Mas eu te quero pra mim
Eu já tentei te escrever
Eu já tentei te seguir
Mas se eu te quero na trama,
na cama, na fama e na lama
E o que é que tem
Se eu só te quero pra mim,
Se eu só te quero meu bem
Não que eu não pense
Nem que eu não trace
Versos pra cantar de cor
Não que eu invente
Nem que eu não tente
Que seu folhetim, um pouco chinfrim
e perto do fim, não fica nada de mim
Não penso saber se vou morrer de amor
Antes que chegue o carnaval...
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2. |
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Punk verde sem olho
Que toca no violão
Cavalo alado
O prato no teto da moça
Caboclo, que quer o seu quinhão
Capeta, fantasma na conta da população
Caboclo, que quer o seu quinhão
Discórdia na conta do conto da separação
Porte preto do peito
Matuta revolução
Forró danado!
Virado batuque do baque
Que terror, a tranca já não guenta mais
Já pode ver a cor e o som do invisível
Na estranha forma que é do animal
Pode falar, pode pensar, pode querer
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3. |
O sol não dá ré
03:47
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Quando a madrugada é pouca
Pelo chão tem roupa
E lá vamos nós
Não tem grude mais barato
E eficiente, é claro
Que saliva e suor
Veja minha cara que essa tara é fácil de arranjar
Vê que já vem vindo o
Sol não dá ré
Nem mamãe dá sobremesa
Nem a natureza cria ou desfaz
Quando a madrugada é pouca
Pelo chão tem roupa
De manhã tem mais
Deixa minha língua
Cada pinta ela catalogar
Vê que já vem vindo
O sol não dá ré
Na verdade ele não tá
Indo nem pra frente nem pra trás
Só ilumina os reles mortais
Que se atracam feito gatos nesse
Pega, lambe, chupa, e morde
Come, engole, fagocita todo o meu ser
Que então
Clama pelo seu abrigo
Pelo seu umbigo
Pelo seu querer
Quando a madrugada é pouca
Pelo chão tem roupa
Por mim, tem você
Diz a tia Zélia que Perduto è tutto il tempo che
In amore non se
Spende, spende
Faz-se cama o que era mesa
Quarta vira sexta
E o Dimitri a dançar
Chega a hora da aventura
Toda ditadura
Há de acabar
Médici, Videla, Mussolini, Stalin, Pinochet
Wall Street e Santa Sé
E o sol
Na verdade ele não tá
Indo nem pra frente nem pra trás só
Ilumina os reles mortais
Que se atracam feito gatos nesse
Pega, lambe, chupa, e morde
Come, engole, fagocita todo o meu ser
Que então...
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4. |
Mundo a rodar
03:11
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Às 3 da tarde eu acordo e procuro um lugar ainda aberto aonde eu possa almoçar
e me pergunto porque é que o mundo continua a rodar?
Toco viola e jogo bola em vez de procurar emprego
o emprego, se quiser, é que venha me procurar
eu me pergunto porque é que o mundo ainda continua a rodar?
Quem é que põe comida na sua geladeira, que limpa sua sujeira, paga seu aluguel
se você fica aí parado e o mundo ainda continua a rodar?
Seu vagabundo vê se larga essa sua vã filosofia, troca a noite pelo dia, o escritório pelo mar
mas você fica aí parado e o mundo continua a rodar!
Vai ver será porque você não sabe mais o que fazer
Você se entrega, se desespera
Mas não entende porque é que o mundo ainda continua a rodar
Na sexta-feira eu procuro uma mesa, uma cerveja, uma pega sem vergonha e sem par
e me pergunto porque é que o mundo ainda continua a rodar?
Seu verme inútil, imprestável, sem moral e sem salário
sem um pingo de decência, sem um puto pra pagar
as contas que são o porquê do mundo ainda continuar a rodar
Mas eu te entendo, eu também sei que tanto faz e tanto fez
Se é comédia, se é tragédia
Fato é que no teatro que é o mundo
os personagens mudam sem mudar
Mas desconfiam porque é que o mundo ainda continua a rodar
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5. |
Pedro II Afonso Pena
03:19
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Todo dia, vai à noite
Pedro II, Afonso Pena
Toda noite, na Avenida
Pedro II, Afonso Pena
O seu mistério mais sagrado
Ela-ele-ela, letraprofanada
Medo, mistério, Mercúrio e Vênus
Medo, mistério, Mercúrio e Vênus
Mostra a forma, mexe o corpo
Pedro II, Afonso Pena
Fica linda, pra vender
Pedro II, Afonso Pena
O seu segredo revelado
Deixa quieto, esconde, olha pro lado
Desejo, culpa, Mercúrio e Vênus
Desejo, culpa, Mercúrio e Vênus
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6. |
Beagles
03:38
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Vem vem vem,
Vem, meu amigo,
Vamos salvar
Os cachorrinhos
Ei, ei, ei
Ei, meu bichinho
Meu companheiro,
Meu amiguinho
Eu, eu, eu,
Eu sou menino
Eu sou pequeno
Eu sou pretinho
Você não sabe quanta falta faz
A compaixão, seleto afeto
Sem ter lugar, sem tanto, sem ter nada mais
Sem termos enfim
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7. |
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Não pode ser normal
Eu me esconder assim
Se já passou da hora
E tem alguém lá fora
Esperando por mim
Não quero ver ninguém
Nem pular carnaval
Só quero uma chance
De ficar bem quietinho
E virar vegetal
Tudo bem aqui
Ao meu lado o jardim
No fundo tanto faz,
Se eu não molhei as plantas,
E o mato cresceu demais
Cê cuida de mim,
Não quer me ver tão mal
Não vou sair de casa,
Estou me preparando
Pro meu funeral
Fica tudo em paz,
Um desfecho fatal:
Compus algumas notas
E fiz a harmonia
Da marcha final!
GOL DA ALEMANHA!!!!
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8. |
O som e o torresmo
03:12
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Queria tanto aprovar projeto
Colar num bom edital
Compor canção e não passar fome
Ter uma vida normal
Há muito tempo que tô na estrada
Tocando o meu tamborim
Mas a marmita não tem mais nada
Mamãe tem pena de mim
Talvez, eu tenha que deixar acontecer
Algum milagre, a tal revelação
Meu deus do céu! Que situação!
Cuidado que o mês vai virar
Acho que eu vou me lascar
Ei você, do rolê
Ei você, Zé
Fraga de colé
Ei você, tilelê
Ei você, Sé
Vem pagar couvert!
Já fiz promessa pra todo santo
Eu já chamei o pastor
Até tentei numerologia
Eu fui parar no tarot
Já faz um tempo que eu tô tentando
Comprar um bom bandolim
Mas o aluguel já tá me apertando
Nem sobra pro torresmim
E agora, meu amor, o couro da cuíca arrebentou
E lá vou eu entrar pra prestação
Ai meu Senhor, que danação!
Cuidado que o mês vai virar
Acho que eu vou me estrepar
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9. |
Sai pra lá (capeta)
03:23
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Sai pra lá, sai pra lá
Sai pra lá, capeta
Sai pra lá, sai prá lá
Vê se sai pra lá
Você é atraso de vida
Já não tem valor
Você é caso perdido
É caô, caô
Vou sair pra lacrar (ella va a bailar)
Que é pra dar e vender (pa dar y vender)
Não vai ter pra você (no lo hay, no hay)
Não vai ter pra você (no, no, no, no, no)
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10. |
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Efigênia se esconde em ruelas
Quase à luz de velas, triste a vagar
Antônio escala morros ribanceiras
Mais perto de Deus, nem as freiras vão chegar
Não vão chegar, não vão chegar
Todos eles moram aqui
Longe, bem longe do mar
E pra quem não viajar no carnaval
É que tudo se acaba na casa de Tereza
Que tem pros boêmios, cerveja na mesa
Que tem pros artistas melodia e letra
E porta fechada para os caretas
Bento se apossa de toda a riqueza
De Lucas, de Amélia, da cidade inteira se deixar, não pode deixar
Lúcia tem TV mas não tem geladeira
Pra ela todo dia é segunda-feira, trabalhar, tem que trabalhar
E não se esqueçam do velho Agostinho
Que foi batizado pelo Padre Eustáquio, 10 reais pra quem desmentir
E no domingo Rosa, Pedro, Inês, Geraldo, Terezinha
Toda reunida a Sagrada Família e quem quiser também pode vir
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